segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Reveillon

A viagem:

Fui pro Rio de ônibus. Nunca mais faço isso. A viagem é longa, cansativa, fria. Ao meu lado sentou uma jovem senhora, de mais ou menos 35 anos e acima do peso. Devido a minha paranóia delirante de emagrecer, tomei um "Isilax" (laxante fraquinho) só pra chegar no Rio bonito, vazio e com aspecto magro. Mal pudia mover-me com a jovem senhora ao meu lado quando bateu a liga do remédio. A jovem senhora além de tudo era preguiçosa e não se abalava do seu lugarzinho pra que eu pudesse passar. Toda vez que tinha que esvaziar, antes eu tinha que passar por ela, tarefa tão difícil quanto ir ao banheiro do ônibus. Como sou da lei do menor esforço, resolvi segurar o máximo. Não dá pra ficar encoxando jovens senhoras toda hora. Resumo: Apertado, congelado, com dor nas costas e vontade de cagar. Não poderia ser melhor.



A casa:

Enfim, depois da viagem ter sido um sofrimento, desembarquei na rodoviária, só pra sofrer mais um pouco. Aquele lugar bombava. Pessoas de todo lugar do Brasil caminhavam e gritavam com malas até na cabeça. Os taxistas te puxavam pelo braço, intimando você e olhavam com repugnancia quando não eram correspondidos. Fui pra fora da rodoviária, belíssimo, e peguei um taxi lá fora, pq não sou trouxa, já morei no Rio e sei como carioca adora enrolar turista. Cheguei no apê, e pra minha surpresa era ótimo. Uma sala grande, computador com acesso à internet, 2 quartos, banheiro limpo, tudo normal. Apenas Vanja e Shingi (esses são os nomes de verdade) habitavam o apê até então. Como Vanja e Shingi são namorados, fiquei com um quarto só pra mim. Uma cama de casal enorme, ventilador, e a possibilidade de deitar a hora que quiser e deixar bagunçado à vontade, pq ngm ia reclamar. O quarto era do dono da casa, q até então era uma lenda para mim. Dia 31 chegaram dois amigos de Vanja e Shingi, cujos nomes reais não tem importancia, mas vamos chamá-los de Lindo e Linda. Abre parêntese: era assim que eles se chamavam, sempre, em todos os momentos, desde que chegaram até quando me despedi deles, fecha parêntese. Eles dormiram na sala.



Os companheiros:

Lindo e Linda são goianos, do tipo devagar quase parando, namorados e engraçados por si só. Eles não precisavam se movimentar pra que eu achasse graça. Quando Lindo se colocou porta a dentro, com sua barba compridinha, as costas curvadas e um trage muito do antigo eu ri. Quando Linda apareceu logo depois, como uma cara de que tava cansada, mas achando tudo mágico, com seu vestidinho de estampa de flores e All Star dourado eu ri. Eu ri muito. E sempre. Ria pra dentro às vezes, pra não magoá-los, mas acho que eles nem entendiam pq eu tava rindo. Vocês tb ririam. No dia 01 chegou o dono da casa. Noel. Nome verdadeiro. Negro, com rastafari, corpo franzino e a fala mansa. Paraense. Junto com ele Clícia, mulata globeleza, corpo escultural, cabelos caxiados e a voz rouca. Sexy. Me apaixonei. Fluminese, de Campos. E Nayara, 12 anos, filha de Clícia, mas não tão bonita como a mãe. Carioca.



A hora da virada:

Um pouco antes da meia noite eu comecei a ficar ternura. Chorei controladinho, quieto no meu canto.
Quando começaram os fogos eu parei de me segurar e chorei sem parar, durante uma hora, até q os fogos pararam. Só parei de chorar quando vi apagar o último brilho no céu.
Não me perguntem pq. Copacabana estava lotada, mas eu não vi ngm do meu lado. Foi uma hora que eu estava em transe, desligado do mundo, passando o filme de como foi meu ano. Decidi então que em 2009 não ia chorar mais. Chorei pelo ano todo, na primeira hora. No tears nesse ano.
Depois da queima de fogos Ipanema foi a melhor opção. Dancei até o sol raiar, fui pra casa com um mocinho que conheci na praia, de ônibus, mas não lembro o nome dele. Me diverti à vera e dormi dia 01 inteiro, pra recuperar as energias.



As baladas:

Não entrei em nenhuma balada, fiquei só curtindo a "night" me divertindo pelas ruas. Fui à Farme, fui à festas na praia, fui à Lapa e reuniões em casa de amigos. Não estava na vibe balada, e mesmo nas ruas, às vezes eu me pegava desanimado. Não beijei ninguém, por incrível que pareça, só dei toco nas pessoas. Penso que tô ficando muito exigente, ou muito idiota, pq mesmo quando eu queria beijar, não conseguia. Algo dentro de mim afastava a pessoa, como se fossem dois pedaços de imã com os polos iguais virados. Mas me diverti, falei besteira me estraguei um pouco e até levei uma muquetada na cabeça em plena a Lapa. Uma delícia. Tô com galo até hj.

Saldo:

Obviamente que estou no positivo. Me diverti master, conheci pessoas lindas, ótimas, divertidíssimas. Revi as pessoas que mais me sinto bem ao estar do lado, da escola de circo. Reencontrei os coleguinhas da ginástica. Praia, sombra e água fresca. Master divertido. Cheguei a resoluções importantes nesse começo de ano. Sorri.
O Rio de Janeiro é maraaaaa.


4 comentários:

Anônimo disse...

gente, quanta coisa! q mara
ahahahah

beijaoo ;*

Marco disse...

Pena não ter te visto em Copa (ou na Farme, ou na Lapa). Ou pena ter te visto e não saber que fosse você. Também passei meu reveillon no Rio e adorei. Ótimas companhias e um cenário perfeito. Simplesmente amo aquela cidade. Abs.

Serginho Tavares disse...

é por isso que eu sempre digo: o rio é a melhor cidade do mundo!

Gui Sillva disse...

o Rio sempre traz uma sensacao boa...nao vejo a hora de chegar o carnaval..